quarta-feira, setembro 14, 2005

Absurdo!

Caros amigos, companheiros, palhacos deste circo que e' um doutoramento!...

Soube ha' pouco que o pedido que a Celia fez para apresentar a tese de Doutoramento em Ingles foi indeferido pelo Sr Vice-reitor da UL. Aparentemente, somente se parte da tese for publicada ou se um dos orientadores for estrangeiro e' que o Exmo Sr. concede a honra de aceitar uma tese escrita noutra lingua que nao o Portugues... Sem desmerecimento da lingua Patria (calculo que o Sr. vice-reitor seja um defensor acerrimo...), perguntamos: de que serve (e a quem vai servir) uma tese escrita em Portugues?
Numa altura em que a lingua franca da Ciencia (Biologica e outras) e' o Ingles e em que se encoraja a mobilidade de investigadores dentro e fora da Europa, quantas pessoas (possiveis futuros empregadores, por exemplo!) em Nova Yorque ou em Londres vao ser capazes de ler e julgar a qualidade do trabalho feito por um candidato a uma posicao no seu laboratorio?? Um em 10000?50000?
E' absolutamente ridiculo (e ainda mais tendo em conta que a Celia ja' escreveu a tese em Ingles...) indeferir o pedido baseado em premissas vagas (ver em baixo artigo 40, ponto 5 do regulamento da UL relativo `as teses de doutoramento) e absurdas!
Vamos reclamar! Nao existem razoes plausiveis para pedir a um doutorando para reescrever (leia-se traduzir...) toda uma tese so' porque o Sr. Vice-reitor tem (presumivelmente) problemas com o Ingles!...
Celita, estamos contigo!!

Sugestoes brilhantes aceitam-se!

Rui



Artigo 40.º

Tese
1 – É admitido na elaboração da tese o aproveitamento, total ou parcial, do resultado de trabalhos já publicados, mesmo em colaboração, devendo, neste caso, o candidato esclarecer qual a sua contribuição pessoal.
2 – A tese pode ser impressa ou policopiada.
3 – A capa da tese de doutoramento deve incluir o nome da Universidade de Lisboa, da Faculdade ou do Instituto de Ciências Sociais e do Departamento (se aplicável), o título da tese, o nome do candidato, a designação do ramo de conhecimento e da respectiva especialidade (se aplicável) e o ano de conclusão do trabalho (ver modelo no anexo II a este Regulamento).
4 – A primeira página (página de rosto) deve ser cópia da capa, incluindo ainda a referência “Tese orientada pelo Prof. Doutor ______”. As páginas seguintes devem incluir: Resumos em português e noutra língua comunitária (até 300 palavras cada); Palavras-chave em português e noutra língua comunitária (cerca de 5 palavras-chave); Índices.
5 – Em casos devidamente justificados, pode o conselho científico autorizar a apresentação da tese escrita em língua estrangeira. Neste caso, ela deve ser acompanhada de um resumo em português de, pelo menos, 1200 palavras.
6 – Quando tal se revele necessário, certas partes da tese, designadamente os anexos, podem ser apresentados em suporte informático.

8 comentários:

Joao disse...

Eu ja disse a Celia, TODOS A REITORIA. Uma boa manif das antigas e sempre bom. Ou sendo mais realista que tal enviar e-mails para a reitoria a toda a gente que possa ter algo a ver com tamanha estupidez (o coro em principio esta inocente). Se cada um de nos, e mais algumas pessoas que conhecemos no mundo cientifico, escrevesse para a reitoria acho que iamos chatear bastante, embora com a velocidade burocratica das nossas instituicoes duvido que fizesse alguma diferenca para a Celia. Mas a malta pa esta contigo. Eu acho um absurdo, mas se quiserem levar isto a serio, eu estou disposto a contactar Profs tambem, tipo Helena Santos, Domingos Henrique, Ana Ponces,

Joao disse...

...e como estava a disse ate ter carregado na tecla errada, margarida Amaral, e todos os outros espalhados por ai.
Vamos a luta, ou se calhar nao.

Claudi disse...

Estas leis sao mesmo uma trampa, ja estava na alutura de se adaptarem a' realidade!!!!

Luis disse...

Não sabia...
E não acredito...´
Não sei o que dará para fazer, mas acho que a ideia de pressão por meio de emails terá algum impacto.
Contem comigo.

PS Qt a manif tinhamos de falar com o Brotas...

Jogafe disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Jogafe disse...

No artigo que o Rui transcreveu do regulamento da universidade não são específicos! Não dizem quais são as razoes que justificariam a escrita da tese em inglês, por isso a Celia ainda pode tentar arranjar uma justificativa para não escrever em português (porque está fora de questão traduzir a própria tese!!).
Não sei como funciona a escolha do Júri na universidade de Lisboa, mas partindo do principio que os elementos do júri não são escolhidos pela reitoria, ter um examinador estrangeiro não seria motivo suficiente para escrever em inglês?? Se argumentar que por A + B seria mais vantajoso ser avaliada por uma determinada pessoa que “infelizmente” não domina a língua lusa, não teria argumentos para requerer a apresentação da tese me inglês??
Bem, não sei... mas é uma ideia!!

Joana

Claudi disse...

O que pessoal que eu conheco fez foi arranjar um orientador fantoche estranjeiro, alguem que conheceram num curso e que escreveu uma carta a dizer que orientou parte do trabalho e que gostaria de ler a tese em ingles para a poder corrigir, nao sei se ainda sera opurtuno para a Celia arranjar uma coisa dessas.

Mais uma ideia...

Anónimo disse...

Ola Celita!

Realmente isto e ridiculo! Numa altura em que a ciencia principalmente na nossa area e toda escrita em Ingles obrigarem alguem a escrever em portugues. Eu tambem passei por isso, mas no meu caso foi por causa do meu orientador. De qualquer modo nao poderias expor a sua excelencia o Vice reitor da UL que pretendes fazer um posdoutoramento no estrangeiro e que neste caso tens necessidade que a tese seja escrita em Ingles por motivos obvios? Tenta apelar ao seu coraçao, se e que ele o tem. Outra hipotese sera tentares encontrar alguma excepçao, outra pessoa a que tenham permitido escrever a tese em Ingles mesmo nao tendo orientador estrangeiro nem publicaçoes ... sao apenas sugestoes. Mas como podes ver, estamos todos contigo. Beijocas, Pat